Sobre protagonistas e coadjuvantes
No maravilhoso mundo do cinema, as obras que marcaram sua época tiveram uma receita que, embora tradicional e até certo ponto singela, funcionou no passado e continua em pleno vigor nos dias atuais. Desimporta se é um drama, um filme de ação, suspense ou ficção científica. Nos interessa aqui analisar a fórmula de seu êxito.
Os filmes de sucesso, aclamados por crítica e plateia, contam, quase que 100% das vezes, com um time muito competente formado de um ou alguns protagonistas, que entregam tudo o que sabem na telona, e que são bem apoiados e têm seu desempenho ainda mais destacado por alguns coadjuvantes não menos importantes, já que, sem eles, a película não funcionaria tão bem. No comando do filmaço, um competente diretor. Um bom roteirista. Um bom estúdio para dar condições da obra ser construída e ter bons canais de distribuição do blockbuster.
Notem, confrades vermelhos, que esta alusão ao cinema serve, também, para o esporte. Em especial para o futebol. E mais especialmente ainda, para o futebol do Inter, que é, afinal, a cachaça que nos traz para este balcão virtual aqui.
No nosso elenco atual não vejo, salvo melhor juízo, protagonistas aptos a bater no peito e dizer “é comigo!”. DAle já ocupou este posto. Já teve seu tempo, mas está esgotado. Guerrero machucou-se e, até por seu temperamento, não traduzia ser lá um grande líder dentro do campo. É um baita centroavante, mas não é “o cara”. Temos lideranças, sim, isto é evidente. Mas nos falta o artista principal.
Analisando nosso grupo de jogadores fica claro que ele é repleto de coadjuvantes. Alguns são muito bons, como o Galhardo, Edenílson ou até mesmo o Cuesta, por exemplo. Outros são de qualidade apenas razoável, como o voluntarioso Patrick, ou o veloz Marcos Guilherme. Não são artistas principais. São elenco de apoio.
Voltando ao cinema, não lembro de um filme que tivesse merecido e arrecadado prêmios e mais prêmios composto por apenas atores de perfil coadjuvante. Quero dizer, “Sharknado” não levantará nenhuma estatueta, se é que me entendem.
Corta pro Inter de novo. Ora, se Eduardo Chacho Coudet não tem a sua disposição um ou alguns atores principais, daqueles que ele pudesse tirar o máximo de rendimento valendo-se de bons e razoáveis coadjuvantes, ‘nuestro entrenador’ precisará fazer um conjunto de coadjuvantes tão perfeito em termos coletivos, mas tão perfeito, que nosso time possa fazer frente a elencos mais bem qualificados. Só assim teremos chance de caneco.
O desafio de Chacho é, portanto, fazer um filme que concorra ao Oscar com um elenco apenas médio. É lutar por estatuetas na noite de gala do cinema sem ter ao menos um grande ator principal. Este é, senhores, um caso complicado.
Steven Spilberg é conhecido por “tirar o melhor de cada ator”, já disseram grandes nomes com quem o diretor trabalhou, como Tom Hanks, Harrison Ford ou Liam Neeson. Embora Coudet não tenha, pelo menos na minha análise, nenhum grande jogador no plantel atual, com porte técnico e perfil para ser nossa estrela, tomara que ele consiga “tirar o melhor da cada jogador” para que continuemos avançando nas competições. A força terá de vir do conjunto. É este o desafio!
Setembro se avizinha e nosso mês será muito duro. Veremos como nosso elenco se porta e como nosso treinador vai lidar com toda a pressão por resultados. Abraço pros amigos.
Rafael Mallmann
#fechadoscomChacho
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