Entre a eleição do Piffero e o gol contra do Geferson até o gol do Diego Souza no Beira-Rio em 2020, temos acumulado novas formas de perder. Passamos pelo pior momento dentro de campo até o pior momento institutional do clube(inclusive com investigação na justiça sobre desvios financeiros).
O que aconteceu nesse tempo? O Inter saiu de uma era vencedora, de um crescimento tão grande que chegamos perto de sermos o primeiro clube bi-campeão mundial FIFA, para a Série B, em 6 anos.
E alguns diziam que cair para a Série B seria uma chance de limpeza, de mudança total, de depurar o clube. Passado esse pesadelo, o que mudou? A queda para a Série B nos legou o que? Surgiu um novo movimento politico no clube? Houve uma grande reformulação do futebol jogado? As categorias de base estão sendo utilizadas? Houve uma reforma institucional?
Alguns pontos importantes dentro e fora de campo desse período:
Gre-Nal:
Desde o gol do contra do Geferson acumulamos derrotas em grenais, apenas 3 vitórias, 6 derrotas, uma goleada de cinco e um vexame levando três no gauchão. Inclusive 3 derrotas em casa e nenhuma vitória na Arena;
Campeonatos mata-mata:
Fomos eliminados da Libertadores 2015 e 2019, obtivemos derrotas incríveis na copa do Brasil, até o fiasco gigantesco da final de 2019, onde não ficamos um tempo se quer da ida ou da volta em vantagem. Perder para o Athletico dessa forma é uma vergonha para um time com o tamanho e o orçamento do Inter. Títulos? Só o gauchão de 2016, e até nesse campeonato fizemos fiasco, perdendo para o Novo Hamburgo e levando verdadeiros bailes do Grêmio. Esse ano não conseguimos chegar na final do primeiro turno;
Brasileirão:
2015 depois dos 5x0 estivemos perto da série B, que viria no próximo ano, e ai num futebol horrível com Argel, chegamos perto da libertadores, terminamos em quinto colocado;
2016, desastre total, 17 colocado, rebaixado;
2017, vice da série B;
2018 e 2019, vaga na libertadores;
Ultimo ano que disputamos a sério o título brasileiro: 2009;
Técnicos:
Técnicos dos mais variados estilos e deficiências passaram pelo Beira-Rio. Logo após a trágica eliminação de 2015, caiu Aguirre e veio Argel, que fechou o time, jogou por uma bola em 2015. renovaram para 2016, ficou até detonar o futebol colorado, mas iludidos por um gauchão, o deixaram iniciar o brasileirão, que até começou com bons resultados, e ai seis jogos sem vencer, ele foi demitido, veio Falcão, mais cinco jogos e queimamos o nosso maior ídolo, ai veio o desastre Roth, e por fim a piada patética do Lisca nas últimas 3 rodadas. Seguiram Zago, Guto Ferreira até Odair.
Nesse meio tempo tivemos ainda barrigadas como Sampaoli vindo treinar o Inter em 2016, e antes disso, na primeira ação do Piffero como presidente, a concorrência com o Corinthians por Tite, não renovando com Abel e terminando com Aguirre, que não era sua preferência.
Série B e Era Odair:
A sequência de treinadores Zago, Guto Ferreira e Odair mostraram que as escolhas de 2016 não eram em vão, o Inter estava em um processo de apequenamento, de futebol tosco, de perder de vez a referência como grande clube do Brasil e da América do Sul. O futebol de 2017 foi deprimente, para não dizer inexistente, e o de 2018 foi um time aguerrido, com uma organização minima, levado por uma torcida que estava, e continua, machucada. Apenas encontramos uma forma de não perder mais de forma vergonhosa, ganhamos um grenal depois do fiasco dos 3x0 na arena e um no brasileirão, mas mais uma vez nada de títulos.
2019, agora vai!
2019 foi mais um ano que passamos em branco, e provamos que a reação de 2018 era apenas uma forma diferente de perder, na hora de se consagrar, o time não teve como superar os adversários mais fortes(Flamengo, Grêmio) e sucumbiu perante um adversário mais fraco(Athletico). Dois anos de Odair, a tão sonhada continuidade de um técnico, o projeto a longo prazo, não rendeu maiores glórias, e no final das contas, na sua saída, não tínhamos revelado nenhum jogador, o esquema de jogo se mostrou limitado e falho, não tem um legado para se trabalhado, apenas algumas boas peças, umas boas parcerias, mas insuficiente para formar um grupo vencedor.
2020:
Ainda é cedo, vemos uma tentativa de mudar as coisas com o Coudet, mas as escolhas do técnico ainda são contestadas, espero que a partir de agora, possamos encontrar novas formas de VENCER.
Em resumo, nesse período vemos o Internacional ter seus valores e história negados, os maiores fiascos dentro e fora de campo e a reação da instiuição parece estar abaixo do esperado para dar a volta por cima. Mas, como disse um sábio dirigente, dirigente dirige e torcedor torce. Nos resta torcer.
Assuntos para refletirmos e conversarmos com mais tempo:
- Toda a boa safra de 2014-2015 foi queimada, William, Valdívia, Rodrigo Dourado, Sasha, Geferson. Só Alison rendeu realmente, mas é anterior a esse período;
- Não revelamos nenhum jogador extra-classe desde o goleiro Alison;
- As várias mudanças no comando do vestiário e depois a manutenção do vice Melo, com sucessivas derrotas e fiascos em tentativas de contratações;
- O futebol apresentado nesse período claramente vai contra os grandes times do Inter e contra a vontade da torcida, times que jogam por um gol, fechados, sem criatividade;
- Muitas contratações com valores altíssimos e pouco futebol.
Alexandre Werner