quarta-feira, 4 de outubro de 2023

INTERNACIONAL X Fluminense - 04/10, 21h30 - Semifinal da Copa Libertadores.

Uma torcida reúne uma infinidade de histórias. Momentos se passando no mesmo acontecimento de forma distinta para milhões. O que escreve, um bom jovem samaritano Colorado, que ainda sonha em ver sua primeira loucura épica em sua vida adulta, e muitos que aqui leem e outros incontáveis espalhados que por tantas já passaram dividirão hoje a mesma ilusão: a glória eterna.

Como se fosse pela primeira vez.

O Internacional não é um clube de roteiros previsíveis ou clichês tal qual as novelas da Rede Globo. É um clube guerreiro, sua história e sua gente dizem isso. A emoção precisa estar junto. O coração precisa chegar ao ponto de explodir antes da calmaria e alegria. 

Tínhamos um grupo fácil. Adversários grandes como DIM e Nacional e um sonhador venezuelano como o Metropolitanos mereciam respeito por suas histórias, mas tinham equipes sofríveis. Ainda assim precisamos chegar na última rodada precisando vencer. E conseguimos, até porque, se assim não fosse, não teria a MÍNIMA graça.

O River Plate é o único não brasileiro que ainda pode competir esportiva e financeiramente aqui na Sulamerica. O sorteio nos colocou no caminho deles e conseguimos passar. Viramos, remontamos, parecia que de forma segura, até Rojas empatar no que já era o apagar das luzes e enfiar 10 pênaltis para cada lado no fundo das nossas guelas. Mas passamos. E se não fosse EXATAMENTE daquele jeito, não teria graça. Porque naquele dia também se tratou da liberdade de sonhar. 

A altitude tirou o sono. Os bons bolivianos do Bolívar assustavam pela boa equipe e fator local. Fomos lá e ganhamos. Numa das melhores exibições de uma equipe que vi na temporada. Um jogo magistral. Aqui, matamos. Mas ainda assim, quase que no fim, tivemos que aturar a apreensão que cercou a caminhada de Ronnie Fernández na marca da cal até a defesa de Rochet.

Semana passada fomos ao palco principal do futebol mundial. Tomado por tricolores cariocas e 4 mil bravos guerreiros colorados que fizeram do Maracanã uma extensão do Beira-Rio. Saímos de lá com um empate, com um sabor deveras amargo, mas afinal, te pergunto, leitor. Seria a nossa cara se fosse fácil?

Hoje, logo mais, temos todos nós, Colorados e Coloradas, o mesmo sonho. Aqueles que viram o dominante Internacional dos anos 70 empilhar três conquistas nacionais, aqueles que suspiraram aliviados em 92 numa década terrível e aqueles que em 2006 soltaram o mais libertador de todos os gritos. 

Todos hoje pela mesma coisa.

Como se fosse a primeira vez.