Depois de muitas especulações, diferentes nomes e perfis, o Internacional definiu o uruguaio Alexander Medina como seu novo treinador. Abaixo, tratarei de apresentar o comandante Colorado, falando sobre quem foi quando atleta, carreira como treinador, o que pensa, o que fez e o que fará no Clube do Povo. Vamos lá!
Uruguaio de Salto, berço de alguns craques do futebol local, como os ainda ativos Edinson Cavani e Luis Suárez, Medina chegou ao nível profissional em 1998, ainda com 19 anos, no modesto Huracán Buceo. Seu começo foi discreto, tanto que transferiu-se para o Central Español, onde teve mais destaque, o que rendeu-lhe um convite do Liverpool, um clube com mais expressão no Uruguai.
Com um bom desempenho no Liverpool, teve sua grande chance: o Nacional, o grande clube do país junto ao Peñarol. Em 84 jogos, marcou 38 gols, e ainda conquistou a torcida, marcando 2 gols para a virada num clássico diante do maior rival e comemorando com 2 "flechazos", ato que culminou no seu famoso apelido até hoje: Cacique.
Medina aventurou-se no futebol espanhol, no Cádiz e no Racing Ferrol, mas sem muito destaque, assim como quando passou por Arsenal de Sarandí (Argentina) e Unión Española (Chile). Fénix (onde se aposentou, em 2015) e River Plate (URU) foram outros clubes na carreira do uruguaio, que ainda passou mais duas vezes pelo Nacional. Dá para dizer que o "Cacique" foi um jogador de apenas um clube. O Bolso. Onde inclusive, começou seus trabalhos como treinador.
COMO TREINADOR - NACIONAL
Seus primeiros passos na casamata foram logo no clube onde mais teve destaque como jogador, mas no Sub-17, onde conquistou os torneios Apertura e Clausura da categoria, em 2017. O bom desempenho e a necessidade do clube por um comandante fizeram com que Medina recebesse uma oportunidade no comando da equipe principal do Bolso em 2018, assumindo o lugar de Martin Lasarte.
Ao longo do ano, disputou a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana. Na Libertadores, após passar na pré por Chapecoense e Banfield, a equipe caiu num duro grupo com Santos, Estudiantes e Real Garcilaso, e ficou na terceira colocação, sendo eliminada apenas pelo saldo de gols. Com o terceiro lugar, foi disputar a Sul-Americana, onde até eliminou o tradicional San Lorenzo, mas acabou caindo para o Fluminense.
Nos campeonatos locais, conquistou os títulos do Torneio Apertura e Intermedio, além do vice-campeonato da Supercopa.
COMO TREINADOR - TALLERES
Em junho de 2019, foi anunciado como novo comandante do Talleres, substituindo Juan Pablo Vojvoda, atual técnico e sensação do Fortaleza. A primeira temporada de Medina no "Albiazul" foi mediana, pois a equipe ficou apenas na décima segunda colocação, conseguindo uma vaga para a Sul-Americana. Mas como o clube de Córdoba tem um projeto sério, Alexander continuou no clube, e os resultados vieram.
Na Copa da Liga de 2021, a equipe chegou às quartas de final, caindo para o campeão Colón. Na Copa Argentina, a grande campanha: O vice-campeonato, perdendo a final nos pênaltis para o Boca Juniors. Na campanha, o Talleres eliminou equipes como Vélez Sarsfield, Estudiantes e Godoy Cruz.
O campeonato argentino também teve grande campanha da "La T". Um ótimo terceiro lugar, ficando apenas atrás de Defensa y Justicia (por 1 ponto) e do campeão River Plate. A campanha rendeu ao Talleres a vaga direta para a próxima Copa Libertadores da América.
Medina comandou também a equipe na Copa Sul-Americana de 2020, onde a equipe ficou em terceiro no seu grupo, que era duríssimo: RB Bragantino, Emelec e Tolima.
Apesar de Medina não ter conquistado títulos no Talleres, o comandante foi notado por alguns feitos bem relevantes. Durante sua passagem, venceu os 5 grandes (Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing e San Lorenzo). Detalhes para as vitórias diante do San Lorenzo (2) no Nuevo Gasometro, Boca na Bombonera, Racing no Cilindro e e River no Monumental).
As habilidades do goleiro com os pés são básicas. Não há grande cobrança nisso, como vimos com Miguel Ángel Ramírez, por exemplo. Os laterais precisam ter primariamente, vocação defensiva, em função dos pontas sempre aturarem bem espetados na frente. Os zagueiros podem se completar, sendo que ao menos um, precisava ter maior qualidade com a bola nos pés para a saída pelo chão. Os volantes: Medina gosta que saibam jogar. Na nossa linguagem, é mais certo dizer que jogam dois segundos volantes. Nada de jogador com apenas características defensivas. Os dois "pontas" precisam ter velocidade e boa capacidade no 1x1, pois, serão constantemente colocados nessa situação, pelo fato de as equipes de Medina apresentam muito essa inversão de jogo para os pontas. Assim como os ponteiros, o meia central também deve ser veloz e ter capacidade de conclusão, pois seguidamente irá pressionar o adversário em linha junto com o centroavante. Centroavante este que precisa de força, bom posicionamento, jogo aéreo e habilidade no pivô.
E A BASE? TRABALHA COM O QUE TEM? E O GreNAL?
Medina não tem problemas em trabalhar com a base. Não tem problema de trabalhar com o que tiver, desde que, cumpra-se o que foi prometido. No Talleres, uma situação chamou bastante atenção. Andrés Fassi prometeu reforços ao treinador, mas na verdade, foi vendendo alguns titulares, o que gerou reclamação pública de de Medina. Com titulares vendidos, muitas reposições vieram da base, com ótimos resultados e até vendas para a Europa. Situação que, na verdade, é um tanto utópica aqui no Inter, que mesmo querendo fazer uma reformulação, não consegue propostas por seus ativos.
"La pelota no pide documento", lema de Eduardo Coudet, aplica-se a Cacique Medina. O novo treinador Colorado colocará em campo apenas quem corre, que se doa nos treinos. Quem quiser jogar, jogará, desde que faça por merecer. Esse sistema gera confiança entre grupo e comandante. Revelou alguns jogadores em Nacional e Talleres, como Gabriel Neves, Matías Viña, Brian Ocampo e Nahuel Bustos, além de potencializar nomes até então desconhecidos, e recuperar outros em baixa.
Medina conquista seus grupos. Quem detalha um pouco é Guilherme Parede, atleta do Talleres e que teve passagem pelo Inter em 2019: "Fiquei dois anos com ele. É um baita treinador, tirou o melhor de mim. É exigente, intenso e gosta de treinar bastante. Muito inteligente, é um cara que é amigo dos atletas, totalmente do bem. Está sempre muito atualizado.
Parede ainda tratou de comparar o "Cacique" com um antigo comandante seu e do Internacional: "Ele se preocupa com o atleta em coisas fora de campo também. Ele é muito dedicado, estuda bastante e vive o futebol. Eu costumo falar que ele é parecido com o Odair Hellmann".
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